Sabe-se muito sobre a infância, a vida, as pessoas, os sonhos
de quase todas as "personalidades". Agora para que saber tanto e ser
imperceptível na "auto apresentação" enquanto substância viva e
ativa?
As
coisas nos moldam, nos penetram e nos comem aos poucos até que todos esses
movimentos espontâneos da vida nos perfurem por completo e nos estraguem por
dentro, nos deixando mofar, com odor e inutilizados. As consequências das
normas e aspirações alheias são tão fortes e com tantas funções que as funções
aspiradas por nós nos levam muito mais longe. Longe do que queremos, longe do
que os outros esperam, mas esperada por uma sistemática maior. Você acaba bem
diferente do que queria, do que os outros acreditavam. E o que fazer quando
você não se conhece mais? Quando você é não sabe o que? Quando adquire uma
persona totalmente incomum?
Moldados
para não falar, para não pensar, para não aprender a se defender. Criados para
permitir, para mentir, para não falar, formado para seguir as opiniões alheias
de quem comanda, de quem pensa, de quem detém o poder. Não criamos, não temos
consciência, não racionamos, apenas pensamos que sabemos fazer as coisas, que
somos humanos
Bem
treinados e nada satisfatórios.
O
cotidiano é um redemoinho de desgraças vivas e esperadas. O amor é a busca pelo
que podemos encontrar em cima do sentimento alheio. Ninguém ama, ninguém educa,
ninguém é verdadeiro, apenas representa. Somos bons atores e atrizes. Alguns
com excelente destaque como: os políticos, os pais, a constituição do estado em
si, o autônomo, a mulher...
Criados
em cima de imaginações, sonhos inalcançáveis. Convencidos que a felicidade está
ao nosso alcance e que podemos ser felizes com a Novela das sete, das oito, das
nove, com o Big Brother. Com o beijo do homem que ensaiou a estrofe do livro de
Machado de Assis, com os elogios da família e com as boas opiniões dos amigos
que só querem roubar seu lugar. Com o sexo do homem que diz te amar.
Felicidade???
(risos), existe sim, mas não em tempos onde nosso caminhar começa a partir de
uma ideologia de outrem.
De: Momento Espontâneo
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