Se existe diferenças entre quem lê e quem insiste em ler, então não custa ler de novo! A magia de conhecer está em cada nova descoberta a partir de uma releitura.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

“A Crise que Estamos Esquecendo”



O tema do momento é a crise financeira
global. Eu aqui falo de outra, que atinge a todos
nós, mas especialmente jovens e crianças: a
violência contra professores e a grosseria no
convívio em casa. Duas pontas da nossa
sociedade se unem para produzir isso: falta de
autoridade amorosa dos pais (e professores) e
péssimo exemplo de autoridades e figuras
públicas.
Pais não sabem como resolver a má
criação dos pequenos. Crianças xingam
adultos, chutam a babá. Adolescentes chegam
de tromba junto do carro em que os aguardam
pai ou mãe: entram sem olhar aquele que nem
vira o rosto para eles. Cumprimento, sorriso,
beijo? Nem pensar. Como será esse convívio
na intimidade? Crescer é também contestar.
Mas poderíamos mudar as regras desse jogo:
junto com afeto, deveriam vir regras, punições e
recompensas. Mal-amados, mal-ensinados,
jovens abrem caminhos às cotoveladas e aos
pontapés.
Mal pagos e pouco valorizados,
professores se encolhem, permitindo abusos
como xingações de pais e alunos, além de
agressões físicas. Cresce o número de mestres
que desistem da profissão. O que aconteceu
conosco? Que maltrapilhos emocionais
estamos nos tornando?
Na outra ponta, temos o espetáculo
deprimente dos escândalos públicos e da
impunidade. Guerra civil nas ruas, escolas e
hospitais precários, instituições falidas, famílias
desorientadas, moradias sub-humanas. Jovens
e adultos reagem a isso com agressividade ou
alienação. O tema “violência em casa e na
escola” começa a ser tratado em congresso,
seminários, entre psicólogos e educadores. Não
vi ainda ações eficazes. Cada um de nós pode
escolher e transformar. Melhor promover a sério
e urgentemente uma nova moralidade, ou
fingimos nada ver, e nos abancamos em
definitivo na pocilga.

De: Lya Luft

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