Se existe diferenças entre quem lê e quem insiste em ler, então não custa ler de novo! A magia de conhecer está em cada nova descoberta a partir de uma releitura.

domingo, 21 de outubro de 2012

Sem Nexos ou Normas – Soltos e Só



       
Na busca por estabelecer uma relação com o outro se percebe o quanto as sociedades atuais estão se dividindo por motivos de: crescimento populacional, classe econômica e escolaridade que em muitos casos recebem a nomeação de sociedade alienada, sejam no que se refere à vida privada que cada um tenta se oportunizar através das tecnologias ou em sociedade enquanto parte de um grupo, mas não perto o bastante para adquirir um hábito comunitário.
A uma maneira mínima como se forma precariamente as comunidades, não espontâneas, mas sim, estratificada de comportamentos, levando cada um a ignorar a vida comunitária utilizando-se de muros, grades, câmeras e cachorros. Nessa tentativa de manter contatos e ao mesmo tempo se ‘proteger’ a pessoa acaba optando por uma inevitável solidão; a relação com o outro que esta fora de nossos círculos torna-se momentânea e ineficiente para a pessoa enquanto si, diferentemente da do convívio familiar e do círculo social.
O fenômeno que ocorre nessas ‘relações’ não faz o ser humano desistir da sua busca de construir linguagens e por isso o torna presa fácil para meios de comunicação e relacionamentos rápidos e distantes que através dessa busca não é alcançado objetivos satisfatórios, mas preenche a solidão do momento. O próprio relacionamento entre casais não é mais um caminho para um compromisso ‘feliz e cheio de amor’ rsrs ou por uma valorização da emoção e do coração como propunha o Romantismo. Não agora o que sobreviveu foi o anti-humano e indiferente, voltado unicamente para o fator status. Na contemporaneidade a garantia de aceitação social em uma zona de conforto esta no ter e não no ser, esta visão econômica é dominante hegemonicamente do ponto de vista das relações mínimas de convívio humano e de caráter fica em perspectiva secundária o que prevalece é o sucesso profissional que consequentemente torna um homem produto de si mesmo que busca sempre se qualificar profissionalmente e desta maneira agregar valor a si não no que se refere ao humano, mas sim a sua careira.
Com isso o resgate do sentimento de comunidade através das religiões que com seus rituais congrega e eleva humildemente a busca por valores não terrenos, em especial o cristianismo, que se vale de uma igualdade que a todos acolhe sem exigências ou arrogâncias de parte a parte onde a prevalência não é o egoísmo, mas um coletivo. Por exemplo, como se dá no momento de uma refeição familiar que tem um significado mais íntimo e próximo, resgatando e reativando as afeições, onde todos falam de sentimentos e momentos de cada membro da família, proporcionando assim um ambiente de contatos e organização comunitária. Diferentemente disso, esse ambiente não é visto em todas as famílias e muito menos em lugares de grande número de pessoas, pois os lugares, a maneira como estão distribuídos não facilitam a aproximação das pessoas e por outro lado até mesmo por temor e insegurança as pessoas não se permitem tal aproximação.
 Para exemplificar como esta relação da religião com o ato de sentar-se a mesa propicia um momento único e oportuno para transmitir suas mensagens de crenças em rituais, seja de maneira direta ou não sutilmente é introduzido conceitos e de forma abstratas, como o simbolizado com o pão representando o corpo de Cristo e o vinho representando seu sangue, isto em uma perspectiva ocidental de como os religiosos tem na ceia cristã a fraternidade sem medo e estranhamento.
Suponhamos que exista um lugar onde as normas de convívio são estabelecidas pelo pensar religioso, onde o que prevalece não é um diálogo vazio, mas sim humano, onde as angústias transparecem sem medo e é este o ambiente que transmite a ideia de comunidade contemporânea que as religiões querem passar para as sociedades, onde não prevalece à compreensão em cima da divisão de classes, castas e elites, mas que religiões como o Cristianismo, Judaísmo e Budismo resgatam o sentido de fraternidade e humildade que são pilares de uma comunidade.
O Judaísmo tem no perdão em especial a busca da pacificação social pedindo desculpas por tudo que tenha sido feito contra o outro. Em um dia específico, o dia do perdão tanto quem pede quanto quem concede o fazem de forma honesta e verdadeira; perdoar não é simplesmente um ato isolado, mas desencadeia uma série de atitudes onde a culpa deve ser esquecida, pois o humano é imperfeito e sendo assim o perdão tem como fonte a divindade perfeita de Deus. No entanto, se for analisado unicamente do ponto de vista da racionalidade são todos os simbolismos do dia do perdão que leva quem o pratica a sentir-se assim com a capacidade de perdoar e não um ato próprio da pessoa.
Quando se analisa a questão do que se sente com relação ao perdão e a maneira como se lida com ele esta ligado a não querer expor de fato o que se sente, pois isto expõe as fragilidades e sensibilidades individuais. 

Por: Valdenise Santos da Silva

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